Para Rogers, a terapia e o ensino devem ser centrados no cliente, de modo que o professor ou terapeuta são facilitadores no processo de aprendizagem, onde o aluno e o cliente são corresponsáveis pelo que está acontecendo, mudando a tradicional visão do professor como o centro e detentor do conhecimento.
A abordagem centrada na pessoa foi denominada de Humanista, a qual busca uma visão otimizadora do homem. Para Rogers, o homem educado é o homem que aprendeu a aprender e o ambiente de ensino deve favorecer o crescimento pessoal do indivíduo, facilitando ao máximo a aprendizagem autodirigida.
Em sua teoria, foram desenvolvidos alguns conceitos para direcionar o modo de lidar com o outro, com a aceitação incondicional, compreensão empática (colocar-se no lugar do outro) e congruência. Esses conceitos, para Rogers, são facilitadores no estabelecimento de relação entre pessoas, tornando-se mais flexível e adaptativo esse processo.
Segundo ele, o ser humano tem uma tendência natural à atualização, ao novo, ao conhecimento, sendo uma motivação para o indivíduo. Ele acredita na autonomia do indivíduo, o qual é capaz de escolher seu direcionamento comportamental, se responsabilizando por suas decisões.
Nesse sentido, o processo de aprendizagem vai além da transmissão do conhecimento, o professor tem o papel de facilitar, despertar a curiosidade, promover um ambiente adequado e estimular o indivíduo a desenvolver suas potencialidades.
Rogers inspirou outros estudiosos a defenderem a aprendizagem com foco na pessoa. Podemos referenciar Paulo Freire (1996), que em suas obras aborda a busca pela autonomia dos alunos no processo de aprender, destacando habilidades que o educador deve ter para estimular o educando a desenvolver suas próprias produções e
construções.
O estudo de Rogers permite ao educador a visualização de uma trajetória a ser seguida e nos chama a uma reflexão a respeito das mudanças individuais que podem ser alcançadas para facilitar a relação interpessoal entre pessoas, promovendo a transformação interior, a busca por conhecimento e responsabilidade por escolhas.
Capelo, F.M. (2010) Aprendizagem Centrada na Pessoa: Contribuição para a compreensão do modelo educativo proposto por Carl Rogers Revista de Estudos Rogerianos, A Pessoa como Centro, no. 5.