MILGRAM, S. (1963). Os perigos da Obediência. Journal of Abnormal and Social Psychology, 67, 371-378.
Olá pessoas!!! Segue uma nova postagem e dessa vez iremos falar de um experimento realizado por Milgram sobre o comportamento da obediência. Esse experimento nos deixa no mínimo perplexos, revelando que pessoas comuns, como estudantes e trabalhadores podem agir de uma maneira não muito ética, sendo capazes de fazer atrocidades.
No experimento um voluntário aplicaria choques em um indivíduo toda vez que ele errasse uma resposta. A cada erro, o choque era mais intenso. Os choques não eram verdadeiros e os indivíduos que os receberiam eram atores. O voluntário que recebia os choques gritava de acordo com o aumento dos choques. Apenas a pessoa que aplicaria os choques não sabia da verdade.
Por vezes o voluntário que recebia os choques gritava e implorava para parar o experimento, alegando não se sentir bem. Quem aplicava os choques, mesmo quando incomodados, continuavam a dar os choques, obedecendo as ordens do cientista (autoridade). Este afirmava a importância de finalizar a experiencia.
Assim, observou-se que a maioria obedeceu às ordens de continuar dando choques nos indivíduos que errassem a resposta. Isso pode ser explicado pela tendência agressiva dos indivíduos e, além disso, o experimento trazia uma legitimidade social.
Em toda vida comunitária existe uma figura de autoridade e diante dela a obediência pode ser considerada uma virtude, lealdade, dever e disciplina. Obedecer, portanto, é o comportamento pelo qual um indivíduo acata às ordens de outro, se subordinando e cumprindo o que foi solicitado.
Um indivíduo que executa ordens muitas vezes não se considera ou ignora suas responsabilidades, o que foi demonstrado com a variação do experimento onde um voluntário administrava o choque e outro fazia as
perguntas. Verificou-se que 37 dos 40 participantes foram até o nível mais alto de choque.
Após a realização do experimento, o voluntário era informado do que realmente havia acontecido e esse se justificava dizendo que apenas acatou as ordens do cientista. Milgram concluiu que nós humanos podemos fazer coisas que julgaríamos inaceitáveis, que vão contra nossos princípios por obediência.
O próprio experimento foi antiético ao meu ver. Colocar uma pessoa em uma situação dessas é mexer com sua moral, é causar constrangimento. Mas não podemos desconsiderar sua importância. Acredito que outros experimentos poderiam ser realizados com objetivos semelhantes, mas buscando manter a ética em pesquisa.
Ler esse texto me levou a refletir qual seria minha atitude diante desse experimento, além de me levar a refletir sobre minhas escolhas no meu dia a dia como profissional. Será que eu deixaria de fazer algo que eu julgue errado, mesmo diante das ordens de meu superior? E você, caro leitor? lhe convido a refletir sobre essas questões, o que você faria em um experimento como esse? até que ponto iria chegar?
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